(Antes de você prosseguir com a leitura, quero que saiba, que este esboço foi escrito de modo que eu tivesse uma linha de raciocinio a seguir, logo aos teu olhos ele pode parecer incompleto, portanto convido voce a aprimorar dentro de sua necessidade.)
1. Por que Jesus contou
esta parábola?
Jesus contou esta
parábola para responder a pergunta de Pedro sobre quantas vezes devemos perdoar
o irmão ofensor.
2. Qual era a ideia rabínica
de quantas vezes tem que perdoar o ofensor?
Os ensinamentos rabínicos
diziam que deveriam perdoar o ofensor até três vezes. William Barclay cita em seu comentário o rabino
José Ben Hanina que dizia: "quem roga a seu vizinho que o perdoe não deve
fazê-lo mais de três vezes", e o rabino José Ben Jehuda que dizia:
"Se alguém cometer uma ofensa uma vez, perdoam-no, se cometer uma ofensa
pela segunda vez, perdoam-no, se cometer uma ofensa pela terceira vez,
perdoam-no, se a cometer pela quarta vez, não o perdoam." Eles baseavam
seu ensino em Jó.33:29,30; Am.1:3,6,9,11,13; 2:1,4,6.
3. Qual era a ideia de
Pedro sobre quantas vezes deve perdoar o ofensor.
Me parece que Pedro
esperava ser elogiado por Cristo, visto que ele estava excedendo a justiça rabínica,
pois enquanto eles diziam para perdoar três vezes, ele estava falando de sete
vezes.
4. A resposta de Jesus
a Pedro.
Jesus diz a Pedro que
ele não deveria perdoar apenas sete vezes, mas sim setenta vezes sete. Jesus não
está dizendo que o número máximo de perdão que devemos dispor ao ofensor é de
quatrocentos e noventa vezes, mas perdoar infinita vezes, como disse Pentecost
(2022, pag.388), “para a mente judaica, isso significa um número incontável”.
5. Jesus começa a dizer
como se deve viver a questão do perdão no Reino dos Céus.
Jesus conta a história
de um homem que devia dez mil talentos, e que apesar de sua enorme dívida foi
perdoado pelo seu senhor.
5.1.
A dívida.
A divida era enorme,
dez mil talentos. Segundo a SBB a maior unidade monetário do NT é o talento. Um
talento equivaleria entre 30 a 35 quilos de prata e valia certa de 6 mil denários,
ou seja, a dívida era de 60 milhões de denários. O estudioso
bíblico John R. Donovan relata que um único talento era equivalente ao salário
de 15 anos de um trabalhador comum, ou seja, o devedor devia 150 mil anos de
trabalho. Apenas para termos mais um quadro para comparação, William Barclay diz
que a dívida “era superior ao imposto total da Iduméia, Judéia e Samaria que somava só 600
talentos (levaria 16,5 anos); o imposto total de uma província rica como
Galiléia, só chegava a 300 talentos” (levaria 33 anos).
5.2.
A dívida do conservo.
A dívida do conservo
era de “apenas” 100 denários. Se fazermos uma comparação em dias de trabalho, o
primeiro devedor devia 54 milhões de dias de trabalho, e, o segundo devedor 100
dias de trabalho, o que equivale que para cada dia que o segundo devedor devia,
o primeiro devia 540 mil dias (1.500 anos).
6. Aplicação da
parábola.
6.1.
Deus nos perdoou de uma dívida incalculável.
6.2.
Todas as dividas dos homens contra nós, não é nada diante do que devíamos a
Deus.
6.3.
A medida padrão para perdoarmos nossos devedores não é humana e terrena, mas
sim divina, vs. 22, 33.
Sobre o v.22, Buttrick (Beacon,
2014, pg.132), diz “Podemos fazer a conta ‘em nossa mente’. Mas essa é uma aritmética
celestial: ‘devemos fazê-la em nosso coração”, e Hendriksen (2010, pg.246) diz “Ele
faz isso para mostrar que o espírito do genuíno perdão não conhece fronteiras.
É um estado de coração, não matéria de cálculo”, Broadman (1983, pg.232) diz
que “o verdadeiro significado da resposta de Jesus é encontrado apenas quando a
pessoa a vê como o reverso da velha lei de vingança, como fora expressa por
Lameque (Gên. 4:23,24). Cita-se que Lameque disse as suas duas esposas: ‘Matei
um homem por me ferir, e um mancebo por me pisar. Se Caim há de ser vingado
sete vezes, com certeza Lameque o será setenta e sete vezes.’ Jesus apresenta o
reverso da lei da vingança de Lameque. Em vez de vingança infindável, o
discípulo deve praticar perdão interminável
6.4.
A falta de perdão aos nossos devedores:
6.4.1.
Faz mal a nós. “O entregou aos carrascos”, aqui e o grego basanistai,
deriva-se do verbo basanizõ, o qual se usa para descrever doenças, Mt.4:24;
8:6 e circunstancias adversas, Mt.14:24
6.4.2.
Faz mal a família. Ele foi preso, quem iria sustentar a sua família?
6.4.3.
Faz mal para aqueles que estão próximos de nós. “vendo seus amigos o que havia
acontecido, ficaram muito tristes” v.31
6.5.
O perdão deve produzido em nosso intimo, v.35.
Wiersbe (2019, pg.86),
diz que “Jesus não estava ensinando um perdão indiferente e superficial. O amor
cristão não é cego, Fp.1:9,10”. Broadman (1983, pg.233) diz que “o perdão precisa
ser de coração. A obrigação do discípulo é perdoar incondicional e ilimitadamente.
Essa obrigação não é governada pela matemática, mas por uma disposição que
provem de Deus”.
6.6.
No texto fica implícito o que Jesus já tinha dito na oração do Pai Nosso, que a
condição para sermos perdoados é perdoarmos, Mt.6:12.
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