QUAL O SIGNIFICADO DA ORDEM DE
MELQUISEDEQUE?
Por Saulo Amorim
TEXTO BÍBLICO: Hebreus 7.1-3
“Esse Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus
Altíssimo, encontrou-se com Abraão quando este voltava, depois de derrotar os
reis, e o abençoou; e Abraão lhe deu o dízimo de tudo. [a] Em primeiro lugar,
seu nome significa “rei de justiça”; depois, “rei de Salém” quer dizer “rei de
paz”. Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida,
feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote para sempre”
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Melquisedeque aparece do nada, sem antecedentes e sem
explicações. Abraão encontra com ele e se verga diante dele, e lhe paga o
dízimo de tudo quanto tinha consigo. Melquisedeque abençoa a Abraão. Então,
assim como veio, ele vai, sem deixar vestígios. Mais tarde, séculos depois
disto, Melquisedeque aparece nos Salmos, quando, também do nada, se diz que o
Senhor jurou que Seu Enviado seria feito Sumo Sacerdote, segundo a Ordem de
Melquisedeque. Somente isto e nada mais. Afinal, quem é Melquisedeque? Seria um
ser humano? Seria um anjo? Ou se trata do próprio Cristo?
INTRODUÇÃO
Quero expressar minha gratidão ao Pr. Enilson Hendrick e aos
demais administradores deste seleto grupo pelo privilégio a mim concedido de
colaborar com o resumo do tema deste dia. Também de antemão, já peço perdão,
tanto pelas lacunas que eu tenha deixado na estrutura do texto quanto também pelos erros ortográficos.
Estarei dividindo este resumo nos seguintes tópicos:
1 – TEXTOS BÍBLICOS QUE FALAM DE MELQUISEDEQUE.
2 – QUEM FOI MELQUISEDEQUE.
2.1 – INFORMAÇÕES BÍBLICAS SOBRE MELQUISEDEQUE.
2.2 – SUPOSIÇÕES, TRADIÇÕES, ESPECULAÇÕES SOBRE
MELQUISEDEQUE.
3 – INTERPRETANDO MELQUISEDEQUE.
3.1 – MÉTODO RABÍNICO DE
INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS.
3.2 – INTERPRETAÇÃO DO ESCRITOR AOS
HEBREUS SOBRE MELQUISEDEQUE.
3.3 – DIFERENÇAS ENTRE A ORDEM DE
MELQUISEDEQUE E A ORDEM AARÔNICA.
3.3.1 - Primeira diferença – A ordem
aarônica dependia da genealogia, e ordem de Melquisedeque das qualidades
pessoais.
3.3.2 – Segunda diferença – A ordem
aarônica é temporal, a de Melquisedeque é atemporal.
3.3.3 – Terceira diferença – A ordem
aarônica recebia os dízimos, Levi em Abraão pagou o dizimo a Melquisedeque,
(Hb.7:4-10)
3.3.4 - Quarta diferença – A ordem de
Melquisedeque foi estabelecida por juramento divino, a aarônica pela lei
4. CONCLUSÃO.
5. BIBLIOGRAFIA.
1 – TEXTOS BÍBLICOS QUE FALAM DE MELQUISEDEQUE.
Gn.14:18; Sl.110.4; Hb.5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17
2 – QUEM FOI MELQUISEDEQUE.
2.1 – INFORMAÇÕES BÍBLICAS SOBRE MELQUISEDEQUE.
As informações que são dignas de confiança, são aquelas
apresentadas nas Escrituras, Gn.14:18, nos traz quatro informações sobre
Melquisedeque:
·
Ele
era rei de Salém.
·
Ele
era sacerdote do Deus Altíssimo.
·
Ele
recebeu o dizimo de Abraão.
·
Ele
abençoou a Abraão.
O escritor aos Hebreus, no capítulo 7 dos versículos 1 ao 3,
nos apresenta dez observações sobre Melquisedeque, sendo que quatro são
repetições das informações em Genesis.
·
Ele
era um rei.
·
Ele
era um sacerdote.
·
Ele
encontrou com Abraão.
·
Ele
abençoou a Abraão.
·
Ele
recebeu dízimo de Abraão.
·
Ele
era rei de justiça.
·
Ele
era rei da paz.
·
Ele
não tem pai, mãe ou genealogia.
·
Ele
não tem princípio nem fim de dias.
·
Ele
é comparado ao Filho de Deus.
2.2 – SUPOSIÇÕES, TRADIÇÕES, ESPECULAÇÕES SOBRE
MELQUISEDEQUE.
Temos também algumas informações extra bíblicas, que na
verdade, não passam de especulações sobre Melquisedeque. Vejamos:
Kistemaker (2013, p.261) nos informa[1]
que escritores judeus (Talmud, vol.3) identificam Melquisedeque com Sem, filho
de Noé, que pode ter sido contemporâneo de Abraão (Gn.11.11). A Chumash, assim
traduz Gn.14.18 “Malkitsedec, rei de Shalem (que era de fato, Shem, o filho de
Noach), trouxe pão e vinho (como demonstração de que não estava zangado com
Avram por ele ter matado o povo de Elam, seus descendentes). Ele era um
sacerdote de D’us, o Altissimo.”
Guthrie, (2020, p.145), cita uma antiga tradição samaritana
que sustentava que Melquisedeque foi o primeiro sacerdote do monte Gerizim.
Pentecost, (2021, p. 172), levanta a questão que é
frequentemente debatida que Melquisedeque era uma teofania, uma manifestação pré-encarnado
de Jesus. Coelho Filho, (2012, p. 156), afirma “que alguns dos primeiros
teólogos[2]
da igreja (chamados de “pais da igreja”) chegaram a mostrar Melquisedeque como
uma manifestação do Jesus pré-encarnado”.
Eleutério, (2015, p.142), diz que “contudo, ao invés de
outros momentos da tradição cristã, Melquisedeque não é apresentado como
prefiguração de Cristo, mas como personificação do Espírito Santo”[3]
Na literatura de Qumran (11QMelchizedek), Melquisedeque é
identificado como um guerreiro de Deus, ele é um anjo, patrono principal, que
luta em nome dos filhos da luz contra Belial na grande guerra escatológica.
3 – INTERPRETANDO MELQUISEDEQUE.
Pudemos notar acima (de modo resumido), que há muitas
especulações sobre Melquisedeque, mas como interpretar de maneira correta esta
figura que é de suma importância dentro da teologia do escritor aos Hebreus?
3.1 – MÉTODO RABÍNICO DE INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS.
Para entender a interpretação que o escritor aos Hebreus dá
sobre a pessoa de Melquisedeque, se faz necessário lembrar de como os sábios
judeus interpretavam as Escrituras.
Primeiro, para o judeu erudito, toda passagem da Escritura
tinha quatro significados aos quais se davam quatro nomes diferentes.
·
Em
primeiro lugar o peshat que é o sentido literal e real.
·
Em
segundo lugar o remaz que é o significado sugerido.
·
Em
terceiro lugar a drash: o resultado depois de uma longa e esmerada
investigação.
·
Finalmente
o sod que é o sentido alegórico ou interno.
William Barclay (1982, p.71), diz que:
“... é um fato que para o judeu o significado
mais importante era o sod: o sentido interno, alegórico e místico. O judeu não
se interessava tanto no sentido óbvio, literal, histórico e empírico de uma
passagem como no alegórico e místico que se podia solicitar do mesmo. O sentido
mais importante era aquele que se podia ler na passagem e este sentido interno
podia carecer obviamente de toda conexão com o sentido literal do relato. Era
absolutamente permissível — de fato era a prática regular — tirar as frases
fora de contexto para ler nelas significados que nós consideraríamos
fantásticos e absolutamente injustificados.”
Em segundo lugar, um interprete judeu não considerava na sua
interpretação apenas o que estava “expresso” no texto, mas também aquilo que era
considerado “silêncio” no texto, ou seja, o interprete judeu considerava aquilo
que o texto dizia como também o que o texto não dizia.
3.2 – INTERPRETAÇÃO DO ESCRITOR AOS HEBREUS SOBRE
MELQUISEDEQUE.
No capítulo 7, é visível na escrita do autor, o método
rabínico de interpretação, e, ele o faz para mostrar a superioridade da ordem
de Melquisedeque em relação à ordem aarônica. Vejamos:
“sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de
dias nem fim de vida”, nota que o autor lança mão do que as Escrituras não
dizem, do silencio, visto que o livro do Gênesis não traz a genealogia de
Melquisedeque, nem o dia de sua morte. Kistemaker (2013, p.257), diz “não
devemos tomar esse versículo literalmente, pois o autor, raciocina a partir do
silencio (Gn. 14.18-20)”. Flanigan (2001, p.167), comentado sobre os três
primeiros versículos de Hebreus 7 diz: “o longo período que abrange estes três versículos
é formado de fatos tirados do Gn. 14, e de observações e comentários do escritor
sobre estes fatos, e também da interpretação inspirada dos silêncios e das
revelações daquela narrativa de Genesis”. Wiersbe, (2019, p.388), diz que “o
autor de Hebreus usa um argumento baseado no silêncio, mas que, ainda assim,
não deixa de ser válido”.
O escritor aos Hebreus lança mão do silêncio das Escrituras
para apresentar aos seus leitores diferenças entre o sacerdócio segundo a ordem
de Melquisedeque e o sacerdócio aarônico, mas, o autor também vai usar as
informações históricas (encontradas em Gênesis 14:17-20) com o propósito de
mostrar, (1) o caráter moral de Melquisedeque; o seu nome é composto de duas
palavras cujo significado é rei de justiça, e, ele é rei de uma cidade cujo
nome significa paz, o que para o escritor, mostra que ele é um rei caracterizado
pela justiça e seu reino caracterizado pela paz, (2) apresentar sua grandeza
ante Abraão e sua descendência e (3) mostrar que a ordem de Melquisedeque
existia muito antes da ordem aarônica.
3.3 – DIFERENÇAS ENTRE A ORDEM DE MELQUISEDEQUE E A ORDEM
AARÔNICA.
O sacerdócio aarônico dependia inteiramente da ascendência
que o individuo pertencia. Tinha que ser descendente de Levi da família de Arão,
Ex.28 e 29; Lv. 8 e 9; Nm.16,17 e 18. Sob a lei judia ninguém podia ser em
sacerdote se não pudesse comprovar uma árvore genealógica ininterrupta e
certificada que se remontasse até Arão. Aquele que não possuía esta genealogia
não podia ser sacerdote por nenhuma razão. O caráter e a capacidade nada tinham
que ver com o sacerdócio. A única coisa essencial era a árvore genealógica.
Quando os judeus voltaram do exílio a Jerusalém algumas famílias sacerdotais
não puderam exibir seus registros genealógicos e por isso foram excluídas do
sacerdócio (Ed.2:61-63; Ne.7:63-65). Por outro lado, se alguém pudesse
comprovar sua ascendência até Arão, ninguém poderia impedir tal individuo de
ocupar sua posição como sacerdote, com exceção no caso de alguma deformidade
conforme Lv.21:16-24. Pertencer à ordem aarônica era um privilégio único, não
era para quem quisesse, mas, apenas para quem podia por nascimento.
Melquisedeque não tem esta linhagem, sequer pertence à
descendência de Abraão, sem pai e sem mãe, sua genealogia não é apresentada, o
que é totalmente contrário ao padrão do Gênesis, em que todos os vultos de
renome têm sua genealogia apresentada. Kistemaker, (2013, p. 258), vai além:
“A idade de Melquisedeque também não é mencionada. No
entanto, em relação a todas as outras pessoas proeminentes na história da
salvação, essa informação genealógica é fornecida (por exemplo, Adão viveu 930
anos [Gn.5.5]; Noé, 950 anos [Gn.9.29]; e Abraão, 175 anos [Gn.25:7]).
Melquisedeque, portanto, é único. Ele não se encaixa nas genealogias
registradas em Gênesis. Ele parece pertencer a uma classe diferente”.
Segundo Barclay (1982, p.73)
“O sacerdócio aarônico dependia da ascendência genealógica: o
de Melquisedeque das qualidades pessoais e só destas. O sacerdócio de
Melquisedeque se baseava no que era e não no que tinha herdado. Como o expressa
um investigador, é a diferença entre um direito baseado na legalidade e um
direito baseado na personalidade. Em primeiro termo e sobre tudo o novo
sacerdócio se baseia nas qualidades pessoais e só nestas.”
Melquisedeque não recebeu o cargo de sacerdote de maneira
hereditária, por seu pai ou avô terem sido sacerdotes antes dele, assim como
também ele não estabeleceu uma linhagem sacerdotal, uma vez que não há registro
de nenhum filho que pudesse ter sido seu sucessor. Ele recebeu seu sacerdócio
direto de Deus. Logo a ordem sacerdotal de Melquisedeque é superior à ordem
aarônica.
3.3.2 – Segunda diferença – A ordem aarônica
é temporal, a de Melquisedeque é atemporal.
Em Nm.20:22-29 temos o relato da morte de Arão, mostrando-nos
a temporalidade da ordem. Temporalidade esta que é bem vista em I Cro.6:1-16,
onde temos a genealogia do sumo sacerdote que remonta até o cativeiro
babilônico, de Arão até Jeozadaque, passaram-se vinte e três gerações de sumos
sacerdotes.
Todavia, ao falar da ordem de Melquisedeque (mais uma vez a
partir do silêncio das Escrituras) o autor aos Hebreus diz: “que não tem
princípio de dias, nem fim de vida”, ou seja, não temos nenhum registro de seu
nascimento, e nem de sua morte, logo ele é atemporal. Arão e os demais sumos
sacerdotes após ele passaram, diz o escritor aos Hebreus “aqui, na verdade,
recebem dízimos homens que morrem” (7:8) , mas acerca de Melquisedeque diz “mas
ali os recebe (dizimo) aquele de quem é testificado que vive” (7:8) , e ainda
“permanece sacerdote continuamente” (7:8).
O autor sagrado agora passa a interpretar um fato histórico,
Abraão pagou o dízimo a Melquisedeque, Gn.14:20.
Pela Lei, o dízimo era destinado à tribo levítica, aos
sacerdotes desta tribo. Eles recebiam e se mantinham dos dízimos, porque não
tinham herança e cuidavam do Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os
dízimos eram levados, Lv.27:30-33; Dt.12:17-19; 14:22-29; 26:12-15;
Nm.18:21,24,26-29.
O autor de Hebreus diz “a lei de Moises exigia que os
sacerdotes, os descendentes de Levi, recebessem o dizimo de seus irmãos
israelitas” (Hb.7:5 – NVT), os levitas deveriam recolher o dízimo e dar a décima
parte aos sacerdotes, Nm.18:28.
Barclay, (1982, p.74, apud A. B. Bruce), comenta:
“A. B. Bruce sintetiza desta maneira os pontos nos quais
Melquisedeque é superior ao sacerdócio ordinário levítico: (a) Recebeu os
dízimos de Abraão e, portanto, era superior a Abraão. Abraão foi um dos
patriarcas; os patriarcas são superiores a seus descendentes; portanto
Melquisedeque é maior que os descendentes de Abraão. Os sacerdotes comuns são
descendentes de Abraão; portanto Melquisedeque é maior que eles. (b)
Melquisedeque é maior que os filhos de Levi porque estes podem exigir dízimos
por uma prescrição legal; mas ele o fez como um direito que possuía
pessoalmente e que ninguém lhe concedeu. (c) Os levitas recebiam dízimos como
homens mortais; Melquisedeque os recebeu como alguém que vive para sempre
(Hebreus 7:8). (d) De fato pode-se dizer que Levi, a quem os israelitas pagavam
o dízimo, tinha pago o dízimo a Melquisedeque, porque aquele era neto de Abraão
e, portanto, estava no corpo de Abraão quando este pagou os dízimos.”
3.3.4 - Quarta diferença – A ordem de Melquisedeque foi
estabelecida por juramento divino, a aarônica pela lei
O sacerdócio levítico iniciou-se com uma ordem “Faze também
chegar a ti Arão, teu irmão, e seus filhos, dentre os filhos de Israel, para me
servirem no ofício sacerdotal” (Ex.28:1), o escritor aos Hebreus diz “pois
aqueles, na verdade, foram feitos sacerdotes sem juramento” (7:21), para
mostrar que todo o sistema era mutável e poderia ser abolido, mas acerca do
sacerdócio de Cristo segundo a da ordem
de Melquisedeque se diz “O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote
para sempre” (Sl.104:4; Hb.7:21), a ordem de Melquisedeque foi confirmada com
juramento, um juramento imutável! Uma lei pode ser anulada, mudada, mas um
juramento não, um juramento dura para sempre!
4 – CONCLUSÃO.
Haveria muito ainda que dizer sobre Melquisedeque, por
exemplo, o fato de ele ser rei de justiça e rei da paz, todavia, já em muito
tendo me alongado, penso que por hora é suficiente para responder (ainda que
penso que no decorrer do texto já respondi) as perguntas propostas para o debate
de hoje. Mas de modo sucinto passo as respostas:
01. Jesus e Melquisedeque são nomes que se referem ao Homem
Eterno?
R. Não. Um é Jesus outro é Melquisedeque, pessoas distintas,
um é eterno, Jesus, o outro apesar de não termos na bíblia relato de seu nascimento
e morte, como homem histórico, nasceu e morreu. Como já expus no texto, o autor
sagrado usa do silêncio das Escrituras para firmar o ponto doutrinário da
atemporalidade do sacerdócio de Cristo.
02. Qual foi a ordem de Melquisedeque na Bíblia?
R. Uma ordem superior, eterna.
Não era uma ordem étnica, pois não provinha de um povo, uma nação. Não estava
sujeita às leis mosaicas, que estabelecia a tribo de Levi e a família de Arão e
sua descendência como ocupantes do sacerdócio. Cristo não era da tribo de Levi,
era da tribo de Judá, todavia o escritor aos Hebreus diz que Ele é “sacerdote
para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb. 7:17)
03. A Carta aos Hebreus diz que esse Melquisedeque é
semelhante ao Filho de Deus, sem princípio de dias e sem fim de existência?
R. Sim. Temos que notar que não é
o Filho de Deus que é semelhante a Melquisedeque, mas sim Melquisedeque que é
semelhante ao Filho de Deus. O fato das Escrituras não apresentar sua
genealogia, logo sem pai e sem mãe, sem principio e nem fim de dias o faz
semelhante a Cristo. Segundo Kistemaker (2013, p.258), “Ao comparar
:Melquisedeque com Jesus, o autor usa a palavra ‘como’ (7:3,15), porque vê
similaridade. Ele não diz que os dois são idênticos, somente compara e destaca
a semelhança”.
04. Melquisedeque não é explicado, mas apenas afirmado?
R. Sim, em nenhum momento as
escrituras tem o intuído de explicar Melquisedeque, mas apenas faz afirmações,
sobre ele. O escritor ao Hebreus em nenhum momento tem Melquisedeque como
objeto de sua explanação, mas sim o Filho de Deus.
5 – BIBLIOGRAFIA.
BARCLAY, William. O Novo Testamento Comentado por William Barclay. Trad. Carlos
Biagini. 1983
CHUMASH: O Livro de Gênese: com comentários de Rashi, Targum Onkelos, Haftarot e
comentários compilados de textos rabínicos clássicos e das obras de Rebe de
Lubavitch / compilado e adaptado por Rabino Chaim Miller; tradução Miriam
Pomeroy, 2. Ed., São Paulo, Maayanot, 2015.
ELEUTÉRIO, João Marques. A receção da figura de Melquisedeque na
literatura cristã latina. Didaskalia, nº 45, vol. 2
FILHO, Isaltino Gomes Coelho. Comentário Pastoral da Bíblia King James
Atualizada - Gênesis. Abba Press, 2012
FLANIGAN, J. M. Comentário Ritchie. Edições Cristãs e Shalom Publicações.
Ourinhos, SP, 2001
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. Editora Vida. São Paulo, 2014
GUTHRIE, Donald. Hebreus, Introdução e Comentário. Edições Vida Nova. São Paulo,
2020
KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento. Editora Cultura
Cristã. São Paulo, 2013
LOPES, Augustus Nicodemus. Interpretando o Novo Testamento – Hebreus. Editora
Cultura Crista. São Paulo, 2016
OSBORNE, Grant R. Comentário Expositivo Novo Testamento – Carta aos Hebreus.
Editora Carisma. São Paulo, 2022
PENTECOST, J. Dwight. Hebreus. Chamada. Porto Alegre RS. 2021
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: Volume II.
Geográfica Editora. Santo André, SP, 2019
[1]
Essa informação também é citada por Osborne, Grant R. Carta aos Hebreus. São
Paulo, Editora Carisma, 2022, pag.171
[2]
“Nos primeiros séculos da Igreja cristã, era comum (Melquisedeque), ser
descrito como um anjo encarnado, no tempo de Orígenes, Jeronimo e Agostinho”.
Gardner, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada, São Paulo. Editora Vida, 2005
[3]
O autor anónimo, do tempo dos pais da igreja, conhecido como Ambrosiaster
defendia a ideia, de Melquisedeque ser o Espirito Santo. Dizia ele que o rei
sacerdote tinha que ser alguém sobre-humano, superior aos homens, e
Melquisedeque por ser um de rei de justiça e de paz, é apresentado, por
Ambrosiaster como sendo uma personificação do Espírito Santo, da terceira
pessoa da Trindade.
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