Sou brasileiro, natural de Campinas, casado e pai de três
filhos. Hoje tenho 37 anos, e espero viver pelo menos o dobro disso. Tenho o
sonho de conhecer meus netos e quem sabe meus bisnetos, tataranetos....
Sou ministro do Evangelho pela graça e chamada de Deus. Não
devo a homens essa chamada, ainda que saiba e reconheça que foram eles que Deus
usou para me conduzir ao ministério, assim como não me deve nada, aqueles, que
tive o prazer de indicar, seja para o diaconato, presbitério ou ao pastorado de
alguma congregação.
Vivo em um mundo sobre o qual a sagrada escritura diz que ‘jaz
no maligno’ e a atuação dele esta visível a todos, só não vê aqueles que estão
cegos, e não estou falando da cegueira física, mais da cegueira intelectual,
espiritual, racional.
Se ligar a tevê, vejo homens matando um ao outro como se
fossem animais, decapitando, torturando... Vejo pais violentando sexualmente os
próprios filhos, maridos agredindo fisicamente suas esposas e quando não as
matando... Filhos que não respeitam os pais, que não respeitam as mãos que
trabalharam para sustenta-los, que não respeitam os seios que os amamentaram,
as palmas que lhes acariciaram... Vejo lideres religiosos que deveriam dar suas
vidas pelas ovelhas, arrancando a lã e a gorduras destas, lideres que eram pra
proteger seus rebanhos, as violentando... Pedofilia...
E apesar de tudo isso, estamos calados!
Eu vejo as pessoas brigando entre si por status, posição,
poder. Vejo os formadores de opinião mais preocupados em ter do que ser.
Ninguém grita, ninguém diz basta!
Estamos conformados com tudo isso, e aceitamos todo essa
malignidade como algo do cotidiano, e quando temos a oportunidade de fazer
alguma coisa, simplesmente lavamos as mãos...
Conversamos com nossos amigos, e muita vez ate ousamos fazer
alguma critica, mais quando podemos fazer alguma coisa, não fazemos!
Estamos em ano eleitoral, criticamos os governantes, mais
quando temos a oportunidade de dar um basta nos maus políticos o que fazemos? Votamos
em branco, anulamos nosso voto e muitas vezes sequer vamos até a urna, quando
não, trocamos nosso voto por algum beneficio particular!
Eu olho para o futuro, vejo trevas, e tenho pena dos meus
descendentes. Tenho pena da geração vindoura, porque esta geração é uma geração
covarde, que tem medo do campo das ideias, que se declaram apolítica, e quando
saem às ruas, saem para arruaçar, badernar, quebrar bens público e particular.
Tenho pena da geração vindoura, porque os profetas desta
geração são profetas que trocam seus vaticínios por prato de comida. Profetizam
casamento, casa, carro e riquezas. Profetizam bênçãos materiais, e esquecem que
os profetas bíblicos, se puseram diante de Deus clamando contra as injustiças
sociais como fez Habacuque; clamaram contra os governantes como fez Jeremias;
apontaram o dedo acusador para os reis como Natã e João Batista!
Vejo o futuro, e arrependo-me de meus sonhos, penso em clamar
“oh Deus, cerra a madre de minha filha e de minhas futuras noras, infertiliza
meus filhos, para que meus descendentes não sofram os vitupérios do futuro”,
mais não estaria eu também me acovardado ao fazer tal petição?
Então só posso olhar para o futuro – lembrando-me das
palavras de Martin Luther King – e sonhar, mais não apenas sonhar, fazer também
alguma coisa, que traga alguma mudança, quem sabe no mundo, quem sabe em alguém,
quem sabe começando por este post...
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